Nova Eleição em Ipatinga, MG - 2009

Introdução:
Caros Leitores! Novamente vivemos um período de eleições, isso devido aos vários problemas que envolveram os candidatos Chico Ferramenta e Sebastião Quintão, culminando numa nova eleição. Eleição sempre será sinônimo de discursos inflamados, debates calorosos, campanhas agressivas nas bases eleitorais, distribuição de panfletos, altos investimentos em propagandas. É Ipatinga se preparando para mais uma eleições. Os cristãos, inseridos neste processo, vão votar e escolher seus representantes.

Muito difundido no meio cristão é o conceito de que o cristão não deve se envolver em política. Isto se deve em parte à má interpretação da “doutrina dos dois reinos”, que surgiu no meio luterano, e que serviu para conformar a cristandade de um lado e o estado do outro. No entanto, a intenção de Lutero foi simplesmente de distingui-las, e não separá-las como instâncias autônomas.
Lutero não pretendeu fazer de Igreja e Estado entidades autônomas. Cabia à autoridade política efetuar reformas políticas, econômicas e sociais que afetassem a Igreja; e competia a esta confrontar as autoridades políticas com a vontade de Deus. Ambas esferas se distinguem em atribuição e meios, mas estão vinculadas em sua base e finalidade: Deus é Senhor de ambas e o ser humano é a finalidade de ambas.
Ter quebrado a tutela da igreja sobre o estado foi uma grande contribuição histórica de Lutero. No entanto, esta contribuição se faz valer também nos dias de hoje, a partir de seu exemplo. Pois protestar contra o mal exercício do poder secular não é privilégio exclusivo de algumas pessoas, mas dever também daqueles que foram libertos pela obra salvífica de Cristo. Assim como na época de Lutero, a esperança da sociedade de nossos dias está nos cristãos verdadeiros. Transformados pelo poder sobrenatural do Espírito Santo, têm eles condições de amar ao próximo e servir à coletividade com desprendimento, fornecendo conceitos cristãos nos quais a sociedade pode ser moldada.

Apontar o problema
Fiz esta breve introdução, citando Lutero e a doutrina dos dois reinos para abrir as portas para uma meditação sobre a política, ou melhor, sobre as eleições que se aproximam.
Em quem vocês vão votar? Já escolheram seus candidatos? O norteia a escolha de vocês? São as promessas? São os belos discursos? São as propagandas? São as influências de amigos e parentes?
Quem já ouviu algum candidato dizer que vai mudar Ipatinga? E vocês acreditam que ele vai mudar? Ipatinga não precisa ser mudada. Quem precisar ser mudado não é Ipatinga e sim, os Ipatingueses. Isso, candidato algum pode fazer. Sempre existiu a violência, o roubo, a criminalidade, os vícios, etc, etc, etc, e sempre vão existir, sabem por quê? Por causa do pecado, da maldade que o homem carrega.

Justificativa Bíblica
Quando penso em política, quando vejo os candidatos fazendo suas promessas de mudanças, de transformações, penso longo no povo de Israel do Antigo Testamento.
Leiam 1 Samuel 8.1-8. Samuel marca de forma muito importante a história de Israel. Samuel está às portas da maior transição política e teológica de Israel (da Teocracia à Monarquia)
Desde a morte de Josué até Samuel, o povo Israel era governado pelo regime Teocrático, que é o sistema de governo em que o poder político se encontra fundamentado no poder religioso, pela encarnação da divindade no governante. A Teocracia era o governo direto de Deus. Nessa época existiam os juízes, conforme a Bíblia descreve, esses julgavam as causas do povo, orientados diretamente por Deus. Temos alguns juízes famosos como Débora, Gideão, Sansão, Eli, Samuel etc…
Poderíamos pensar que esse era o sistema ideal, eram as “mil maravilhas”, pois o povo era governado por Deus. Será que era assim? Ler Juízes 21.25. Vejam como estava a situação com o regime teocrático! Daí a pergunta: Onde estava o problema? Em Deus ou no povo? Com certeza o problema não era com Deus e sim com o povo.
Então não satisfeitos com governo de então, o povo pede um rei como as demais nações (I Samuel 8.5ss). Samuel leva o pedido do povo a Deus, e Deus atende o povo. Leia os vv. 7e 8! Já pensaram no que o ser humano é capaz? O Deus que os havia tirado da escravidão do Egito, os guiou com mãos poderosas sobre o deserto, agora está sendo dispensado.
Deus reagiu triste, até disse que não iria ouvir o clamor do povo vv. 18-19. Mas Deus é Deus e não deixou o povo que tanto ama.
Saul foi constituído rei de Israel, o primeiro na escolha e no governo de Saul e nos demais reis, vemos a mão de Deus agindo.
Temos então a monarquia (mono = um), (arquia = poder) um tinha o poder de governar, o rei. Vocês acham que agora as coisas foram para frente? Com a monarquia, ao invés da Teocracia? Não! Agora temos outro problema; os reis se corromperam.
No livro de 1 e 2 Reis temos o relato da vida dos reis de Israel. Deus fez uma avaliação da vida e do governo de cada rei. E um número alto recebeu a descrição: “Fez o que era mau perante o Senhor”. Poucos receberam a descrição: “Fez o que era reto aos olhos do Senhor”.
O castigo do povo foi o cativeiro Babilônico. Onde estava o problema? Em Deus? Não. No povo? Sim. Nos governantes? Sim.

Aplicação
Hoje estamos preocupados em quem votar! Quem vai transformar Ipatinga? Não sendo pessimista, mas ninguém vai mudar Ipatinga. A mudança precisa ocorrer no coração das pessoas, e isso os governantes não têm poder de fazer. Precisamos votar! Precisamos escolher quem estará à frente na prefeitura, mas não vamos nos iludir pensando que tal pessoa vai transformar esta cidade. Não podemos colocar qualquer um, que irá destruir Ipatinga. Alguns candidatos têm o poder de destruir.
Em quem devo votar? Você já conversou com Deus a respeito dos seus candidatos? Já pediu a Deus para orientar sua decisão? Nós como cristão não podemos nos afastar da política, pois se todos os cristãos se afastarem, o que será dela?
Qual deve ser a postura de um político cristão? Defender a justiça e a liberdade ou favorecer os “irmãos na fé”?
Hoje temos um grande número de candidatos evangélicos, muitos prometem fazer algo pelo povo evangélico, isso é uma corrupção, o político deve defender o interesse do povo e não de alguns, inclusive os cristãos. Precisamos ter políticos com ética cristã para poder impedir que algumas leis que vão contra a Palavra de Deus sejam aprovadas, não para ajudar um grupo, no caso, os evangélicos, mas a todos.

Conclusão:
As eleições estão aí? Pensamos em mudanças, pensamos em melhoria. A mudança de uma cidade, de uma nação, começa no coração de cada um. Eu preciso mudar e isso só em Cristo. Só Cristo pode mudar o nosso coração, a nossa mente.
Reclamamos do governo quando vemos o lixo na rua. É culpa do governo ou de um povo inconsciente? Vemos nossas florestas e animais sendo destruídos, onde está a culpa? Nos governantes ou no povo que não pensa para frente? Não estou tirando a responsabilidade dos governantes, mas estou chamando a nossa responsabilidade.
Se vocês querem uma cidade, um país melhor, busquem a mudança primeiro de sua vida, isso em Cristo. Do que adianta um (a) bom (boa) prefeito (a), um bom governo, uma cidade, um país de primeiro mundo, mas se sua vida e sua família vivem num inferno?
O único que prometeu mudar por completo a nossa vida foi Cristo. Ele disse: “Se o Filho vos libertar, verdadeiramente sereis livres”. Acredite na promessa de Cristo, que disse: “Vou preparar lugar para vocês, meus seguidores”. Vida plena só com Cristo nos céus. Eu quero ir para lá! Você quer?
Então busque a Cristo, deixe Deus ser o governante em sua vida. Peça orientação a Ele para a escolha do seu candidato. E lembrem! Mudança verdadeira só acontece aqui (coração). E feita pelo o Senhor dos Senhores, o rei dos reis; JESUS CRISTO. Amém.

Pr. Reginaldo Veloso Jacob
Pastor Luterano
E-mail: reginaldojacob@gmail.com
Fone: 3821 3718 ou 9251 5023 - Ipatinga, MG